sexta-feira, 22 de julho de 2011

A história: glaucoma x oftalmologista - Parte 1


Muito bem...hoje vou contar sobre tudo que aconteceu conosco neste último mês, mas para isso tenho que voltar 1 ano e meio no tempo!

Eu sempre ouvi dizer que toda criança precisa ser avaliada anualmente por um oftalmologista a partir dos 3 anos de idade. Isso se não houver nenhum histórico de doenças hereditárias, como no caso do glaucoma.
O que eu não sabia é que criança que nasce prematura, ou com baixo peso, ou exposta a situações de risco durante a gestação precisam ser avaliadas antes, beeem antes!

Pois bem, Tamiris e Tales foram ao oftalmologista desde os 3 aninhos e sempre deu tudo ok com ambos!
Taís nasceu com baixo peso e foi exposta a situação de riscos durante a gestação, mas eu não sabia que precisava ser avaliada antes, portanto marquei consulta para ela no ano passado, quando estava prestes a completar 3 anos.
Ela fez o 'teste do olhinho' com a pediatra quando chegou para mim e segundo a avaliação estava tudo ok!

Muito bem...agora a história!

No ano passado marquei consulta para os 3 num oftalmo aqui do meu convênio. Marquei porque a Tamiris estava tendo dores de cabeça constantes e a pediatra achou melhor dar outra avaliada na visão dela.
O resultado foi o seguinte:
Tales 100% de visão, Tamiris saiu com receita para hipermetropia, Taís o 'especialista' não quis nem examinar e mandou voltar com ela quando estivesse no quinto ano de vida, antes de completar 6 anos.

Bem, como costumo seguir as orientações à risca, não me conformei com essa orientação deste oftalmo porque estava em desacordo com o que eu sempre ouvi, mas deixei passar.
Em janeiro deste ano fui com os grandes novamente no mesmo oftalmo, porque era muito bonzinho, muito atencioso com crianças, mas fiquei com a pulga atrás da orelha. Nesta consulta Tales estava com 100% de visão e Tamiris saiu com nova receita de lentes para hipermetropia, entretanto saí de lá decidida a marcar consulta ainda este ano para os 3 em outro especialista.
Na última semana de aula a Tamiris deixou os óculos dela sobre a mesa e uma bricadeira de empurra-empurra dos meninos fez com que os óculos dela caíssem e um dos meninos pisasse, quebrando o dito. Isso foi a deixa para eu marcar consulta com uma especialista logo para a segunda semana de férias. Marquei para os 3!
E o resultado foi:
Tales: + de 100% de visão! Isso mesmo!!! Ele vê mais que a médida das pessoas sem nenhum problema de visão. Conseguiu enxergar letras num tamanho que, segundo a especialista, pouca gente consegue. Por isso a avaliação de + de 100% de visão.
Tamiris: a especialista começou a avaliá-la falando...
- mãe, ela usa óculos para quê,  mesmo?!
- hipermetropia...
- hum...ela não tem nada no exame de fundo de olho. Nada mesmo.
- mas ela tinha dores de cabeça e o outro oftalmo receitou estes óculos.
- ela tem dores de cabeça por outro motivo qualquer. Da vista não é! De toda forma, vamos dilatar para ver se dá alguma coisa...
Dilatou, examinou e...nada, nada, NADAAAAA!!!
Perguntei se não poderia ter resolvido o problema no tempo que ela usou os óculos e ela disse que os óculos que ela tem não servem para nada, que não é grau de hipermetropia, que é uma espécie de óculos para descanso e que se ela realmente tivesse alguma coisa estas lentes não serviriam de nada!
Imaginem como eu fiquei feliz em ouvir que gastei dinheiro e minha filha usou óculos sem nenhuma necessidade!
Ela falou que as dores de cabeça podem ser pelo processo alérgico ou por outra coisa qualquer, para conversar com a pediatra e fazer investigação.
E chegou a vez de avaliar a Taís, que estava em cólicas para ser examinada! rss..
Fica de joelhos no banco para exame do fundo de olho. A oftalmo examina e já diz:
- mãe, ela tem astigmatismo, viu? O olho esquerdo é mais afetado que o direito, mas tem nos dois. Vamos dilatar para examinar melhor, porque criança às vezes força a vista e dá resultado falso.
Dilatadas as vistas, Taís volta para o banco e o exame de fundo de olho confirma o astigmatismo. Até aí tuuudo bem. Em seguida ela foi colocada na cadeira para aferir o grau e daí em diante começa meu pesadelo.
A oftalmo ía e vinha e não conseguia aferir o grau. Franzia a testa, andava de um lado para o outro, tentou de uma forma, tentou de outra e falou:
- mãe, tem algo errado. Tem algo a mais além do astigmatismo porque eu não estou conseguindo ver o grau dela. Ela reclama de algo nos olhinhos?
- sim...de vez em quando ela reclama que o olho esquerdo dói e que 'chora sozinho'. O olhinho verte lágrimas sem ela estar chorando e sem estar resfriada.
- hummm, então vamos avaliar essa dor.
Sentou, colocou um aparelho com lente de aumento e luz na testa e falou, espantada:
- mãe, ela não reclama de dor nesse olho?
- sim, de vez em quando...
- mas era para ela estar sentindo muita dor. O olho dela fica vermelho?
- sim...tem dias que o olho esquerdo fica vermelho no final do dia, tem dias que já amanhece vermelho.
- ela costuma colocar as mãozinhas nos olhos?
- sim, com frequência. está sempre coçando ou esfregando.
- a retina dela está toda cortada!
O coração já estava saindo pela boca! Como a retina estava cortada?! Porquê?! O que estava cortando a retina dela?!
- tem um sílio que nasceu invertido e fica lesionando a retina o tempo todo que ela pisca. Vamos ter que tirar...
- Tá..tudo bem! Tira o bendito sílio invertido e aí a coisa está resolvida, né?
- mais ou menos. Ela sempre teve olhos grandes?!
- sim, sempre!
- como eram quando ela nasceu?
Aí contei que a conheci com um mês, que não a vi quando nasceu,  mas que quando a vi pela primeira vez foi o que me impressionou: o tamanho dos olhos! Ela só tinha olhos: grandões, estufados, parecia que íam saltar para fora das órbitas principalmente quando arregalava para olhar para a gente.
Ela fazia 'hummmm' e passou a apalpar os olhinhos fechados. Apalpou, apalpou, depois que tirou o cílio tentou aferir o grau novamente, mas disse que não ía dar, que teríamos que voltar em 15 dias que é o prazo para cicatrização da retina.
Depois de tentar novamente sabendo que não ía dar, vira para mim e fala:
- mãe, vou precisar encaminhá-la a um especialista para uns exames...
- que tipo de especialista?
- em glaucoma. Ela tem olhos muito grandes, tem dor, tem lacrimejamento, o exame dela mostra umas manchas no fundo do olho que indicam que pode ter glaucoma congênito.
Parecia que tinham tirado o chão debaixo dos meus pés!
Ela sentou na sua cadeira, pegou o telefone e ligou pessoalmente para o consultório da especialista. Marcou a consulta para daí a 5 dias, depois desligou e começou a explicar:
- mãe, é preciso fazer um exame de pressão do olhinho, eu até tenho o aparelho aqui mas não dá para fazer porque é ruim e ela não vai deixar. Até em adultos é um exame complicado porque o aparelho toca no olho várias vezes e em crianças esse exame é feito com sedação. Só a especialista poderá fazer...
Bom, meu estômago estava embrulhado, minha cabeça doía e eu só pensava na vontade que eu tinha de matar o outro oftalmo! E minha mente pulsava a palavra glaucoma! Tudo que eu lembrava de glaucoma era só sofrimento!!!
Aí ela perguntou como tinha sido a avaliação dela no outro oftalmo e eu disse que ele nem quis examiná-la, que mandou voltar com ela entre o quinto e o sexto ano de vida e ela disse que essa é a orientação do SUS, só que eu pago, e pago bem pelo convênio! Ela não foi levada ao oftalmo do SUS!
Ela comentou que não era ético o que ela iria falar, mas que de cara ele deveria ter desconfiado de algo errado pelo tamanho dos olhos dela, falou que quase nenhum oftalmologista gosta de examinar criança porque criança dá trabalho, que os oftalmos da cidade estavam encaminhando todas as crianças especiais para o consultório dela falando para as mães que ela era especialista em crianças especiais, mas que não era nada disso, que ela é oftalmo geral e que examina todo mundo.


Pois bem...depois de tudo que ouvi dela, afinal de contas só a consulta da Taís levou 50 minutos, concluí que com o outro oftalmo foi meio assim: eu levei 3 crianças, uma ele não quis examinar, uma estava com a visão ok e como uma tinha dores de cabeça, para eu sair de lá feliz, ele deu uma receita de 'placebo' de óculos! Ódio mortal!
Saí de lá com duas consultas agendadas: uma para a especialista em glaucoma, uma para retorno em 15 dias, passando mal, com uma sensação de ter falhado, com muita raiva porque se ela tivesse mesmo o glaucoma e o outro tivesse examinado ela já poderia estar tratando há mais de um ano, com medo da sedação para o exame porque é com anestesia geral em hospital, com dó da pequena e com mais um monte de coisas que nem eu mesma conseguia identificar. Não sabia se pensava: 'puxa, ainda bem que já é quarta' ou 'ai, meu Deus, ainda é quarta', porque a consulta com a especialista seria na segunda seguinte.

A consulta foi nesta última segunda, mas conto em outro post. Só para adiantar, ela não fez sedação e não deu nada de glaucoma, graças ao bom Deus!

bjs,

Cláudia

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Glaucoma Congênito


Queridos que ainda visitam este nosso cantinho, pesquisando sobre glaucoma congênito encontrei uma matéria interessante e resolvi colocar aqui para que, principalmente papais que adotam e não tenham conhecimento do histórico biológico de hereditariedade do filhinho possam saber identificar este problema com mais facilidade.
Meu pai sempre diz que conhecimento é ouro e eu digo que quem tem conhecimento sai à frente, sempre, sempre!

Depois venho com calma contar o porquê de eu estar trazendo este assunto. Por agora, leiam o artigo e observem sempre seus filhos, sobrinhos, netos, qquer cça (principalmente a adotiva, pq este é um problema hereditário!) para que possam identificar (ou suspeitar) do problema precocemente!

Grande beijo,

Cláudia

A criança e o glaucoma – primeira parte
Glaucoma Congênito é uma doença rara, hereditária, caracterizada pelo aumento da pressão intraocular em crianças portadoras de má formação nos olhos. Pode atingir apenas um ou os dois olhos e costuma estar associado a transtornos sistêmicos e síndromes, como a Síndrome de Sturge-Weber.
Quando o diagnóstico não é realizado a tempo, a doença leva à cegueira irreversível.

Os principais sinais clínicos são:
Lacrimejamento: os olhos estão sempre molhados, úmidos.
Fotofobia: quer dizer medo da luz. A criança não tolera a claridade.
Buftalmia: olhos grandes, desproporcionais ao rosto do bebê, parecem saltar das órbitas. Quando atinge apenas um dos olhos, é assimétrica.
Córneas (olhos que lembram a jabuticaba): muitas vezes a córnea apresenta coloração azul violácea. Isso se deve ao edema provocado pela pressão alta intraocular, dando a impressão de que a córnea ocupa todo o espaço, ficando difícil ver a pupila e a íris.
Em alguns casos, não há edema e os olhos apresentam apenas uma leve diferença de tamanho.

Após a avaliação da criança, o oftalmologista irá realizar exames de refração, fundo de olho e o exame de biomicroscopia com avaliação da câmara anterior e seus anexos - que pode ser feito em todas as crianças, independente da idade.

Caso os indícios levem ao diagnóstico de Glaucoma Congênito, será necessário aplicar sedação ou anestesia geral na criança, para que o oftalmologista possa aferir a pressão intraocular (tonometria), proceder a avaliação do ângulo formado entre a íris e a córnea (gonioscopia), calcular o diâmetro horizontal e vertical das córneas e realizar a ultrassonografia da espessura da córnea (paquimetria).

O Glaucoma Congênito não tratado é uma das principais causas de cegueira infantil (20%), porém, existe tratamento, bastando para isso que os pais e cuidadores, investiguem o histórico familiar (50% com histórico familiar), levem seus filhos ao oftalmopediatra logo no primeiro mês de vida se indentificarem alguns dos sinais ou sintomas acima descritos.

Autor: Dra. Lígia Beatriz Bonotto – Oftalmopediatra
Glaucoma congênito como causa de cegueira, Fonte: An. Oftalmol, 2(1): 102-5, jul 1983.

Retirado deste SITE

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Ajudem a Divulgar : Rosas ou Espinhos


Amigos,

A pedido da amiga Sandrinha da comunidade "Procuro mãe, família biológica" estou divulgando o link do site Rosas ou Espinhos para ajudar brasileiros que foram adotados ilegalmente nas décadas de 80 e 90 por famílias israelenses a encontrarem suas famílias biológicas.
'Milhares de brasileiros adotados por israelenses nos anos 80/90, vítimas das quadrilhas de tráfico internacional de crianças de Arlete Hilu e outros, procuram hoje por suas mães e famílias biológicas.....'  (Rosas ou Espinhos)

Para acessar o site e conhecer as histórias dos brasileiros que procuram suas famílias biológicas, clique AQUI

Peço que quem puder, por favor, divulgue o link em suas redes sociais.
Vamos tentar ajudar estes brasileiros que foram adotados ilegalmente a encontrarem suas famílias biológicas!

Grande beijo,

Cláudia

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Oficialmente de Férias!!!

Bem, estamos oficialmente de férias hoje!
Na verdade as férias começaram na semana passada, mas houve campeonato de futebol do fundamental 2 e ensino médio, teve reuniões, teve excursão, o que equivale a dizer que estive no colégio praticamente a semana inteira! kkk

Bem, do campeonato de futebol tivemos medalha de prata! A equipe do Tales ficou em segundo lugar na categoria fundamental 2 e a da Tamiris em segundo lugar do ensino médio. Embora sejam do fundamental 2, pelo tamanho dos meninos acabaram competindo com o médio.

Das reuniões tivemos: medalhas de prata e de bronze para Tamiris e Tales, respectivamente!
O colégio premia todos os alunos que atingiram média glogal entre 7 e 10.
Tamiris manteve a medalha de prata. Não piorou, mas também não melhorou e eu não tenho do que reclamar já que as médias dela juntas e divididas ficaram em 8,5!
O que puxa a média global dela para baixo é a bendita matemática, mas também não tenho do que reclamar porque com toda a dificuldade que ela tem, está fazendo seu melhor e está rendendo a média mínima sem entrar no vermelho!

Tales piorou! Caiu de 8,5 para 7,3 na média global. Desceram 5 médias. Muito, né?!
Devo conversar com ele esta semana porque como eu falei com a coordenadora pedagógica, eu não exijo que sejam os primeiros da classe, que tirem 10 em tudo, mas exijo que sejam o melhor que podem ser e ele pode ser muito mais do que 5 médias 6,0! Tem capacidade para render mais, aprender mais, produzir mais e sem grandes esforços, porque se se esforçar fica na média máxima!

O colégio trouxe o curso de robótica para o próximo semestre. Será um curso de 1 ano e meio a 2 anos, extracurricular.
Pensei em não deixá-lo fazer, mas vou dar uma oportunidade. Ele começará o curso, mas se não render nas matérias eu tiro depois da reunião do terceiro bimenstre. Aí, para voltar terá que  merecer beeem merecido mesmo!

Taís teve aproveitamento dentro do esperado para a idade. A professora disse que ela é muito tímida, mas que a timidez dela não a atrapalha nas atividades. Ela consegue desenvolver atividades de oralidade, contando histórias na frente da sala.
Suas pinturas melhoraram muito e seus trabalhinhos são uma graça!
Nos desenhos de família ela sempre desenha a Letícia. A professora falou que para ela a Letícia já é um membro da família, já está presente.
Muito fofo, né?!

Na sexta fomos a Sampa e ela foi pela primeira vez ao shopping. Todo mundo curtiu, primeiro porque shopping deixou de ser passeio banal pois aqui não tem nenhum e segundo porque todos adoraram ver a animação e o encantamento dela dentro do estabelecimento...rss
Ela ficou eufórica com as luzes, o tamanho do lugar, sonhou em tomar banho na fonte luminosa e achou que o lanche do Mc de lá era muuuuito melhor que o do Mc daqui! kkk
Também foi pela primeira vez a um passeio de escola. Foi ao zoológico! Passou o dia inteiro fora, chegou feliz e eufórica contando que não colocou a mão na cobra, mas escolheu a cobra de brinde do Mclanche Feliz! kkk

Semana que vem devemos levá-la pela primeira vez ao cinema! Vai ser um evento! Ela está ansiosíssima para o grande dia! rss

Deixo uma fotinho dela com a Laica!

Beijos,

Cláudia

Em tempo: pretendo agora nas férias retomar as visitas aos blogs, com comentários e tudo. Andei visitando, mas não tive tempo de comentar!