sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Adolescentes: o que é negociável e o que é inaceitável?!

Ainda sobre o assunto do post anterior.

Minha amiga Tuka falou: 'sabemos que nessa idade proibir não funciona, tem efeitos devastadores, mas é preciso no mínimo negociar'.

Tudo é negociável em se tratando de adolescentes?! Será que todo adolescente é razoável o suficiente para negociar e ceder em algumas coisas?
Negociar pressupõe que tanto os pais quanto o adolescente cedam em alguma coisa. Todas as situações envolvendo um adolescente são negociáveis?

Eu, particularmente, de tantas coisas que tenho visto, creio que não!
Primeiro porque para se chegar a negociar, os pais precisam ter estabelecido um vínculo de confiança entre eles e o adolescente. Se estes laços forem fracos a negociação não funciona!
Creio que com a maioria dos adolescentes isso seja possível e viável, mas creio também que em alguns casos não existe negociação possível, como é o caso de uma menina de 14, 15, 16 anos desejar ir embora de casa morar com o namorado, constituir um relacionamento conjugal.
Ah, sim...para negociar os pais também precisam deixar a prepotência de lado e não tentar impor que a sua decisão seja a aceita, porque aí deixa de ser negociação e passa a ser imposição.

Tá...existem excessões! Há quem saiu de casa com essa idade, trabalhou, casou, teve filhos e vive bem, deu tudo certo. Aí posso dizer que para toda regra existem excessões mas creio que via de regra não dá certo, não é aceitável uma situação como esta, principalmente quando o relacionamento é permeado de agressões e violências!
Di, amada, você é uma feliz excessão!!! Seu relacionamento não era doentio, seu marido é do bem e talvez por isso seus pais tenham agido como agiram.
Eu questiono a intervenção quando o relacionamento é doentio, permeado de muitos ciúmes que culminem em agressões físicas de parte ou de parte a parte em relacionamentos de meninas com 13, 14, 15 anos de idade.

No post anterior cheguei a questionar até onde uma jovem de 15 anos tem autonomia (ou direito) de sair de casa assim, com apoio dos pais e ouvi uma promotora falando que não existe esse 'direito', que quando um filho menor de idade sai de casa os pais têm sim autonomia de buscar esse filho com apoio da justiça e até mesmo com reforço policial se for preciso,  e que deixar esse filho menor fora de casa pode caracterizar abandono.
Nos casos de jovens que insistem em sair de casa com pouca idade os pais têm apoio da justiça para fazer valer a manutenção deste jovem em família, portanto um jovem de 15 ou 16 anos não tem essa autonomia toda, não!

Eu creio no diálogo, na negociação, mas creio também que em alguns momentos pais tem que ser pais e têm que dizer 'não'.
Dizer não é duro, é difícil, é trabalhoso,  mas muitas vezes é necessário!
Não dá para atirar pedra no telhado dos outros quando se tem telhado de vidro, entretanto têm acontecido muitas coisas com os jovens que para mim são nitidamente falta de pulso dos responsáveis!
Cabe lembrar que negociar, conversar, estabelecer confiança são atitudes que devem começar entre pais e filhos desde que os filhos são ainda crianças.
Mostrar de vez em quando que pais têm autoridade também faz parte do processo de educação e precisa acontecer desde a infância dos filhos. Não dá para deixar uma criança fazer tudo o que deseja e querer impor limites na fase da adolescência que aí não vai rolar messssmo!
Tudo tem que ser dosado: liberdade e autoridade e isso desde sempre em se tratando de educar filhos!
Educar é um processo longo trabalhoso!

Os pais devem estar atentos, acompanhar de perto a vida dos filhos, conhecer seus amigos, ver com quem andam e se amigos ou namorado(a) forem influências negativas, muita conversa, negociação e até um afastamento compulsório creio que sejam válidos em caso de resistência no sentido de fazer com que esse filho ou filha se afastem de relacionamentos doentios!
Tenho certeza absoluta que se uma das minhas filhas chegar em casa com marcas roxas e disser que apanhou de namorado, que a coisa não ficará no âmbito de 'respeitar a vontade dela para a manutenção do relacionamento'. Mulher que apanha tem baixa auto-estima e temos que fazer essa menina ver que não a merece quem não a respeita!
Vou fazer tudo que estiver ao meu alcance para que uma situação destas se acabe e se o indivíduo insistir, quem vai sair roxo daqui será ele!
Eu sempre falo para a mais velha: se seu pai não te bate não admita nunca, em hipótese alguma, que namorado ou marido te levante a mão!
Essa orientação já faz parte da educação que dou a ela e que darei à mais nova!
Também converso muito com o garoto a respeito destas questões de agressões em relacionamentos. Que ele não faça e não admita que nenhuma mulher o faça com ele! Siiim, porque tem mulheres que agridem, também!

Sempre orientei meus filhos desde pequenos, desde que entraram na escola a se afastarem de amiguinhos muito ciumentos que quisessem exclusividade de atenção. Isso creio que já seja uma espécie de treino para que eles não se envolvam com pessoas com esta característica. Estou protegida?! Eles estão livres de se envolverem com alguém extremamente ciumento(a) e monopolizador?! Claro que não, mas estão alertas e imagino que a possibilidade de chegarem a se envolver com alguém assim seja menor do que quem nunca tenha ouvido tal orientação, uma vez que para se envolverem precisarão ter certa convivência e eles fogem de gente que quer monopólio!

Sobre o título do post, para mim em se tratando de adolescentes:

* é negociável:
- namorar aos 13 ou 14 anos (porque acho que o ideal seja a partir dos 16 ou 17);
- dormir fora de casa de vez em quando;
- ir a uma festa ou baladinha e chegar um pouco mais tarde, desde que aceite que eu leve e busque e que no dia seguinte não tenha aula;
- ficar mais tempo do que o estipulado na internet de vez em quando;
- que amigos venham dormir aqui durante a semana;
- marcar um programinha tipo pizzaria ou lanchonete com os amigos durante a semana, eventualmente.

* é inaceitável:
- beber bebidas alcoólicas ou fumar sendo menor de idade, até porque em nossa casa eu e o pai não bebemos e não fumamos;
- dirigir antes de ter idade para tirar habilitação;
- ir morar com namorado ou namorada com 15, 16, 17 anos ou namorado(a) virem morar aqui; (*)
- estabelecer relacionamento doentio, permeado de agressões físicas. Isso em idade alguma para mim é admissível, mas enquanto forem menores de idade e morarem com a família, não é admissível de jeito nenhum!

(*) neste ítem ressalto que para mim seja inadmissível desejar morar junto (na casa dos pais ou sozinhos) em início de relacionamento, quando ainda  não se conheçam direito.
Se existe um namoro estável e duradouro e, de repente, por mais que se oriente surja um bebê, não vejo mal em apoiar, trazer morar junto, por exemplo, o namorado da filha, para que ambos possam terminar os estudos e construir o futuro juntos se assim desejarem.
Claro que eu prefiro que isso não aconteça com nenhum deles, que quando estiverem namorando que esperem o tempo certo das coisas, mas também não deixarei de apoiar. Só torço para que SE acontecer, que seja mais tarde do que mais cedo!

beijos,

Cláudia

2 comentários:

  1. Oi Clau, quando falei em negociação, estava falando em estabelecer com os filhos uma relação em que um ouve o outro e o respeita. No caso desta menina de 16 anos que virou o assunto da semana entre nós mães, ela aparentemente não tinha esse tipo de relacionamento, os pais eram permissivos mesmos e deixaram chegar no ponto em que ela decidiu ir embora de casa e foi. Se os pais viam que a vida dela com o marido era doentia e sendo ela menor de idade, neste caso caberia sim uma intervenção mais enérgica. Quando falei em negociação, sugeria que eles talvez devessem ter deixado que namorasse e talvez até morasse junto com o namorado, mas então que fosse em casa, junto com os pais onde pudesse ter apoio e orientação.
    Negociação pressupõe que existe respeito e com respeito tudo é negociável. O fato de ter pouca idade significa que o filho ainda precisa de orientação e proteção, mas às vezes eles são mais maduros do que supõe sua pouca idade e já podem lidar com algumas situações mais adultas. Em outros casos acontece o contrário: eles já são maiores de idade mas são tão imaturos e inconsequentes que os pais precisam manter ainda um certo controle. Bom senso é a palavra chave. Sempre.

    Abraços

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  2. Clau, educar é tão dificil, os meus ainda estão longe da adolescência e já fico preocupada em saber impor os limites certos e ter bom senso.

    Minha mãe nunca negociou nada, nunca pude dormir fora de casa, muito menos na casa do namorado, só sai de casa quando me casei.

    Viagem com amigos, nem pensar, hahaha mas sobrevivi.

    Eu não sei como serei com os meus quando forem adolescentes, mas penso como vc sobre essa questão.

    Post bem refletivo.

    Ps: meu blog não está atualizando no seus blogs amigos, acho que pq mudei o nome dele. Quem sabe excluir e incluir novamente.

    bjs para vcs

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