domingo, 27 de abril de 2014

Meus Filhos

Indo na contramão das postagens, vou postar um texto que escrevi ontem no Facebook para deixar registrado no blog, uma vez que na rede social os escritos acabam se perdendo...

MEUS FILHOS

Meus filhos não são 'filhos adotivos', 'filhos duzotros'. São meus filhos, filhos que a vida me deu, filhos que eu sabia que existiam em algum lugar para mim desde os 16 anos.
São filhos que eu gestei no meu coração e na minha alma não por nove meses, mas por muitos, muitos anos!
A adoção foi apenas a forma pela qual eles se tornaram filhos porque tendo um útero imprestável Deus precisou providenciar úteros saudáveis para que eles nascessem.
Eles são, simplesmente, FILHOS.
Dão alegrias, dão trabalho, dão preocupações.
Me deixam feliz, me deixam triste, me magoam assim como todo filho, assim como todo ser humano que a gente ama.
Eles estão crescendo e a cada dia estão tomando cada vez mais posse de si mesmos, cada vez mais sendo mais deles e menos meus.
São lagartas em fase de casulos. Um dia baterão asas. Um dia voarão e ganharão o mundo.
E eu sou, simplesmente, mãe! Temo o futuro, temo as possíveis escolhas, temo que eles sofram, mas eles são meus filhos, são meus tesouros, são almas que Deus me confiou para criar, educar e amar.
E se no futuro, em suas escolhas, eles acertarem: celebraremos todos e eu serei muito feliz!
Se eles errarem, se as coisas não derem certo, eles terão sempre as portas da casa e do coração abertos, porque independente de suas experiências eles serão sempre e para sempre, por toda a eternidade, simplesmente meus filhos e como meus filhos eles terão sempre o ninho à espera e um colo quente para se recuperarem, curarem as asas até poderem voar novamente!


E seguindo essa mesma linha sobre filhos, hoje na apresentação do Lucas Lucco - o qual eu desconhecia a existência - no programa do Faustão, a certa altura o pai do rapaz em questão falou em um vídeo. 
Ele disse que perguntou ao pai dele o que um pai faz quando o filho sai de casa e o pai dele, avó do rapaz, respondeu:

"a melhor coisa que os pais podem fazer quando os filhos saem de casa é nunca fecharem as portas para que os filhos saibam que têm para onde voltar".

Achei perfeito!

Que possamos, todos, como pais, dar asas para nossos filhos voarem no tempo deles e que tenhamos sempre as portas abertas, um ninho quente e um abraço carinhoso para o caso de precisarem voltar!

beijos,

Cláudia

sábado, 12 de abril de 2014

O sol voltou a brilhar!

imagem retirada do Google
Hoje eu venho aqui contar uma coisa boa! Eu queria esperar a consulta com meu médico...que nem marquei ainda...mas não estou aguentando!
Venho falar dela, dela mesma: a depressão!
Para entender o que se passou, se não acompanhou desde o princípio, sugiro que leiam antes estes dois posts: E o Natal se foi... e Eu, a depressão e o pânico!

Então, no último post a respeito da depressão, há pouco mais de um ano, eu estava com sintomas de pânico também. Estava praticamente no início do tratamento, há poucos meses tomando a medicação, ainda não sabia se necessitaria de terapia, se ia tomar floral. Enfim, ainda estava meio perdida tanto no tratamento quanto em mim mesma.
Felizmente a partir de maio de 2013 eu deixei de ter os sintomas e não tive mais nenhuma ameaça de crise.
A partir de junho comecei a me considerar bem. Eu já não oscilava mais tanto no humor e não senti mais nenhuma vez o pânico. Já estava dormindo bem e não sentia mais dores pelo corpo.
Na consulta de setembro/2013, embora me sentisse muito bem, ainda estava insegura quanto a começar a sair da medicação, então optamos - eu e meu psiquiatra - por esperar mais um período de dois meses.
Na consulta de novembro/2013 eu estava muito bem, me sentia segura e aceitei fazer o que os psiquiatras chamam de 'desmame'. Passamos, então, para um medicamento mais leve.
Menos de 1 mês depois da troca do medicamento houve o acidente da minha irmã, que resultou no falecimento da minha sobrinha e eu tive muito, muito medo de recair.
Nos primeiros dias até achei que estava recaindo, tive muitos acessos de taquicardia, mas nada mais que isso e a tristeza considerada normal para a situação.
Aos poucos eu fui percebendo que a tristeza era normal e que não estava ativando minha doença. Consegui separar os sentimentos e vi que o medicamento estava indo bem, eu estava indo bem apesar dos pesares.
Neste último fevereiro eu deveria ter voltado à consulta, porém no dia eu estava com dor de dente e fui ao dentista que só poderia me atender no horário da consulta. Como eu tinha, ainda, um bom tanto do remédio, fiquei tranquila.
Naquele dia, em fevereiro, eu estava insegura de parar a medicação. Continuei tomando até a medicação acabar, há cerca de 10 dias. Uma coisa e outra  eu nunca consigo marcar a consulta. O tempo foi passando, nos primeiros dias me senti um tantinho assim pequetitinho preocupada, mas eu continuei dormindo bem, continuei acordando bem, continuei me sentindo bem e hoje, quase duas semanas depois de ter parado com a medicação, eu me sinto bem.
Sinto que estou no leme da minha vida novamente. Sinto que me reencontrei. Meu humor voltou, minha estabilidade emocional também!
Esta semana vou pessoalmente lá no consultório marcar a consulta para pegar minha alta! Essa, sim, será uma grande satisfação!
Estou me sentindo feliz com isso. Muito feliz, mesmo!
Não existe nada pior do que sentir-se inadequada, sem esperanças, sem perspectivas, sem rumo, à deriva.
Não existe nada pior do que essa sensação passar do emocional para o físico e você sentir que pode morrer a qualquer momento.
Eu não sei em que curva da vida me perdi. Eu não sei em que momento adoeci. O importante é que eu sarei!

Conforme falei no outro post, depressão é uma doença, pode acometer qualquer pessoa em qualquer fase da vida.
É uma doença como qualquer outra e precisa de tratamento. O psiquiatra é um médico como qualquer outro médico. Se a gente tem diabetes e trata com endocrinologista, se tem hipertensão e trata com cardiologista, se tem miomas trata com a ginecologista, porque o preconceito com a depressão e o psiquiatra? Não tem porque sentir preconceito.
"Ah, mas as pessoas não entender, falam que é falta de roupa para lavar, falta de casa para limpar". Só digo uma coisa: NÃO LIGUE! Só você está dentro de você para saber o que está sentindo e só você sabe que não te falta roupa para lavar, nem casa para limpar, principalmente se você tiver filhos e trabalhar fora!
Se a alma adoecer, busque ajuda. Tem cura! Tudo nesta vida tem jeito! Não tenha vergonha!
Eu não tive vergonha de admitir que estava doente, briguei para conseguir tratamento e hoje estou bem, finalmente!

Hoje meu sol voltou a brilhar. Até quando? Não sei.
E se a depressão voltar? A gente trata novamente!
E assim seguimos a vida, buscando sempre viver da melhor forma!

Meus problemas deixaram de existir? Naturalmente que não.
Eu nem acredito que a depressão tenha sido em decorrência de algum problema, sabe? Eu adoeci do colesterol e nem como gorduras e frituras. Muitas vezes a gente simplesmente adoece. O importante é querer ficar bem, é querer estar bem.

Como dizia Renato Russo:

 'mas é claro que o sol vai voltar amanhã, mais uma vez, eu sei. Escuridão já vi pior, de endoidecer gente sã, espera que o sol já vem'

E é bem assim: o sol sempre volta. Basta você querer que ele volte!
Se estiver sentindo os sintomas que postei nos outros posts corra atrás de você, busque ajuda e se recupere!

E não se esqueça: pode estar escuro agora, mas o sol sempre, sempre volta a brilhar!

Ah, e não perca a fé! Isso também é importante! Ter fé, acreditar que existe um ser Superior que rege nossas vidas e que nos quer ver felizes. Deus nos criou para sermos felizes, então vamos nos esforçar para isso!

Beijos,

Cláudia



terça-feira, 8 de abril de 2014

Amenidade: uma linda história de amor, superação e adoção!

Hoje ele faz um mês!
Um mês que foi encontrado no quintal com o cordão umbilical ainda preso à placenta!
Um mês que veio para transformar quem conhece sua história!
Um mês que nasceu e transformou sua família!

Quem é ele????



Ele é o Miau aos 4 dias de nascido!
Não se sabe se foi abandonado por sua mãe, ou se ela era uma parturiente inexperiente, teve ele no quintal e fugiu.
O fato é que ele queria viver! E como queria!
Ele fez barulho, chamou a atenção e foi encontrado!
Depois de encontrado, foi acolhido, cuidado e amado!
Miau teve o poder de arrebatar o coração de uma família cachorreira e isso é uma missão para poucos!
Ganhou um ursinho de pelúcia e um cobertorzinho para aquecer-se e sentir-se seguro.
Foi alimentado com seringa de medicação e leite para humano (de vaca se preferir...rss) por alguns dias até que uma mãe de leite o aceitou.
E aí, além de ganhar uma família humana, ele ganhou uma família felina: mãe de leite e dois irmãos.
Como um pequeno guerreiro ele lutou, mamou, se fortaleceu.
Já cresceu e está serelepe querendo comer a ração dos irmãos mais velhos.

Quando encontrado tinha tudo para não sobreviver, mas sobreviveu!
Ele certamente traz consigo algumas lições!
Deus certamente tinha algo para nos mostrar com a força deste guerreirinho!

A mim o Miau mostrou que para desejar viver basta estar vivo!
Que por pior que seja a situação, por mais ruim que seja o prognóstico, quando se deseja muito é possível fazer dar certo, ainda que se precise de ajuda!

Agora esse mocinho, esse tiquinho de ser peludinho amarelo está crescidinho, espertinho, já arteiro.
Superou todas as expectativas de desenvolvimento!


De minha parte, não vejo a hora de vê-lo juntar-se ao irmãozinho humano para, juntos, aprontarem muito com a mamãe!

A mamãe humana dele, como puderam perceber nas fotos, é minha amiga, irmã de alma, Carine Gimenez.
Sei o quanto este bebezinho significa para ela e sua família.
Sei que o estão aguardando com muito amor e carinho e eu creio que Miau não nasceu naquele quintal por acaso.
Deus tinha um propósito e não tenho dúvida alguma que este propósito é fazer esta família ainda mais feliz!

Cláudia

quarta-feira, 2 de abril de 2014

A melhor parte sempre está no final do arco-íris!

imagem do Google
Sabe aquele momento em que você decide adotar, conta para a família e os amigos, todo mundo fica feliz, faz festa, te parabeniza e embarca no sonho de maternidade com você?
Sabe? Parabéns, então!
Eu nunca soube o que é isso!
Da primeira filha eu era obcecada e só falava em filhos. Devia tentar tratamento para engravidar.
Do segundo eu era louca, já tinha feito uma caridade, devia tentar ter um filho 'meu mesmo, de verdade' ou ficar só com uma porque ela sozinha já ia ser motivo de muita dor de cabeça.
A terceira....bem, a terceira ninguém falou nada porque eu decidi esperar só entre nós de casa, mesmo. Eu, meu marido, meus filhos.
O quarto filho ainda é um projeto que está em suspenso e que, possivelmente, não será compartilhado por quem não compartilhou da espera dos outros três caso o projeto vire realidade.
Nas reuniões familiares, por anos a fio, mais ou menos uns oito, os filhos pequenos falavam na irmã chamada Taís que ia vir, ninguém falava nada e eu não tocava no assunto. Só sorria. Apenas sorria da euforia e da inocência infantil dos meus filhos!
Umas poucas vezes algumas pessoas arriscaram falar que dois estava bom, que muitos filhos hoje em dia era complicado, era caro e blá, blá, blá e eu apenas sorria.
Nunca entrei em detalhes. Ela foi projeto, depois passou a sonho, e toda a fase de habilitação e espera foi nossa. Somente nossa!

Quando a gente tem um sonho, um desejo, um projeto de vida a gente tem que arregaçar as mangas e ir à busca.
Naturalmente que com apoio, cercada de carinho, de poder compartilhar o momento tão feliz e tão mágico que é esperar um filho é sempre muito melhor, mas se não é possível, ainda assim para ser feliz é preciso ir em frente!
Eu não seria uma pessoa feliz fazendo tratamentos por anos, e anos, e anos sem garantia nenhuma de que iria conseguir.
Eu acho que não seria feliz passando por uma gravidez múltipla, muito múltipla, excessivamente múltipla porque mesmo querendo quatro filhos eu queria um por vez.
Eu não seria feliz fazendo tratamento, não conseguindo e me conformando em não ter filhos.

Não é fácil sentir-se tão feliz e não ter com quem compartilhar esta felicidade. Entenda-se o 'não ter com quem' como família, parentes porque, graças a Deus, eu tive muitas amigas que participaram da espera e da chegada de cada um deles com alegria, carinho e muito apoio!
Não é tão feliz assim comprar coisinhas e não poder mostrar para ninguém para não ter que ouvir verdadeiros tratados sobre o que é um filho adotivo e o tanto de dor de cabeça que você vai ter no futuro.

Não posso dizer que minhas esperas foram infelizes. Não! Isso nunca!
Eu fui uma gestante como outra qualquer: fiz enxoval, bordei, tricotei, planejei, sonhei, delirei, me emocionei muitas vezes pensando no momento de ter cada um dos meus filhos nos braços.
Eu me sentia feliz com a espera, mas faltou algo. Faltou família! Faltou carinho! Faltou respeito pela minha decisão e pela decisão do meu marido.
Faltou! E mesmo faltando, isso não foi um fator primordial para desistirmos. Nós queríamos ser pais e fomos pais uma, duas, três vezes.
E somos felizes. Como somos! Nossos filhos são o bem mais precioso que temos nesta vida! São as maiores bênçãos que Deus poderia nos dar nesta vida!

É difícil ter filhos? É.
É difícil ter filhos adolescentes? É
É difícil educar? É
Mas não é difícil só para quem tem filhos adotivos. É difícil para qualquer pai e mãe.

Eu já escutei muito: ah, eu queria muito adotar, mas a família do meu marido não aceita, ou minha família não aceita.
Vi muita gente desejando ter filhos e abrindo mão de seus sonhos por causa da não aceitação do outro. Vi pessoas se apagando para a vida, tentando ser feliz através da ótica de vida dos outros.
Infelizmente ninguém consegue ser feliz através da ótica dos outros, do sonho dos outros ou da ideologia dos outros!
Nós só conseguimos ser felizes com o que sonhamos e conseguimos realizar!

Família é importante? Lógico que é! Se assim não fosse não teria me feito falta nas esperas, mas a família não pode interferir tão profundamente nas escolhas da formação da sua família e muito menos na sua forma de ser feliz!

Embora eu não tenha tido o apoio que eu gostaria, que eu sonhava, que eu desejava, embora tenha sido taxada de louca, tenha recebido muitos conselhos para tentar ter 'um filho meu mesmo', quando meus filhos chegaram foram acolhidos e eu sei que eles são amados. Eles foram aceitos porque o problema das pessoas não era com eles. Era com a minha escolha. Eu não fui apoiada devido à escolha que eu e meu marido fizemos e não devido às crianças. E as crianças, quando chegaram, foram aceitas!
Isso é importante!

Nesta jornada no mundo adotivo vi alguns casais serem apoiados da forma como eu sonhava, porém alguns deles aceitaram crianças que não eram as crianças dos sonhos da família que os apoiava e, então, a criança não foi aceita, ou demorou para ser aceita.
Talvez o mais importante seja o acolhimento depois, porque quando as pessoas se envolvem com você, elas sonham e idealizam seu filho também. E com isso, o sonho, o ideal de criança para elas talvez não seja o mesmo seu.
No meu caso, creio que como ninguém tinha expectativa alguma, meus filhos foram aceitos de imediato.
Hoje dá para conviver com a falta de apoio de antes porque meus filhos são queridos, então nunca deixe sua felicidade guardada na caixa dos sonhos por falta de apoio porque a felicidade maior pode estar no final de tudo, afinal o tesouro sempre se encontra no final do arco-iris!

Beijos

Cláudia