quinta-feira, 3 de março de 2016

Estamos no caminho certo

Foto: ciclopista - Lago do Taboão
Crédito: Cláudia Gimenes

Quando encerramos 2015 tínhamos uma lista de observações (sinais e sintomas) que, para mim, chegavam a ser desanimadores.
Havia sido um dos piores anos, se não o pior, tanto na escola como em casa. Tudo girava em torno do 'não consigo', 'não sei', dos esquecimentos, das tarefas mal (ou não!) executadas e de choro. Muito choro.
Tínhamos tomado decisões drásticas que me deram muita insegurança e medo. Medo do desconhecido, medo do que ia acontecer, medo por não dar certo e as coisas piorarem.
Ainda em dezembro conseguimos consulta com a psicóloga, que é neuropsicóloga e psicopedagoga. Uma grande bênção dos céus que vai nos poupar outras peregrinações com vários especialistas. E, consequentemente, várias visões diferentes de um mesmo contexto.
Ela iniciou com a psicóloga, que solicitou um exame chamado PAC e avalia o desenvolvimento do processamento auditivo central.
Em janeiro conseguimos vaga com a fono que, com toda a lista de informações que passei, trabalhava com a possibilidade de este exame dar alterado.
Com estas duas consultas eu tive a certeza maior ainda de que estava no caminho certo. Que não briguei e tomei decisões extremas à toa. Gente, intuição de mãe não falha. Acreditem, ainda que só vocês vejam algo errado nos seus filhos!
Em fevereiro fizemos o exame, que não é um exame simples. Aqui foi feito em 2 etapas, em dias diferentes porque segundo a médica que realizou falou que é difícil e cansativo.
E em 10 habilidades testadas deu alteração em apenas uma: atenção e concentração!
Agora tanto a psicóloga (com sua multidisciplinaridade) como a fono vão trabalhar neste ponto com ela.
Ambas disseram que o tratamento é de um ano. Beleza!

Sobre a nova escola:

As aulas iniciaram em fevereiro.
Poucas crianças em sala, uma professora maravilhosa.
Ela amou a escola, os professores, os amigos, os funcionários todos, as merendas. Está amando ir para a escola e voltar à pé, ter os amigos morando perto e poder tê-los em casa (quase) sempre! E poder ir à casa deles, também!
Ela foi bem acolhida. Como é uma criança fácil de se relacionar, fez amizades e se adaptou bem logo nos primeiros dias.
Tem muita coisa diferente. A professora escreve a rotina do dia na lousa no início da aula todos os dias. Isso tem ajudado muito. Percebi que ela gostou muito disso porque falou bastante nos primeiros dias; as carteiras são dispostas duas a duas e as crianças sentam-se em duplas. Podem conversar sobre a lição e a professora consegue ter um bom controle com a disciplina. Eles não têm par fixo. Podem mudar de par sempre que desejam. E nessa uma hora ela tem alguém que tem mais dificuldade, outra hora tem alguém com mais facilidade do que ela (ou que esteja no mesmo nível). Isso ela amou, também. Poder ajudar e ser ajudada, ter oportunidade de escolher, democraticamente, as duplas (sim, porque elas definem quem senta com quem todos os dias), sem brigas.
Outra coisa que ela amou: ter professora de educação artística separada.
Ela ama jogar futebol e foi bem aceita entre os meninos. Tem se machucado bastante, mas faz parte. Embora nessa idade eles ainda vivam nos clubinhos da Luluzinha e do Bolinha, ela circula bem entre os dois mundos e tem amigos em ambos.

Sobre novas observações:

- A psicóloga, no retorno de férias de fim de ano e Carnaval ficou admirada com a mudança dela. Disse que parecia outra criança.
- Ela está feliz. Muito! Dia desses falou que agora é como se ela tivesse repetido de ano porque as coisas que ela não tinha entendido antes, agora ela está aprendendo. Fase de revisão de matérias. A escola não está atrasada em relação à outra.
- Melhorou a auto-estima e o reflexo é visível por conta de ela estar se sentindo capaz e isso refletiu nas atividades em casa. Está menos desorganizada e está conseguindo executar as tarefas. Não deixa tanta coisa jogada, mais.
- a professora diz não ter notado dificuldades nela, ainda.
- Os cadernos dela estão uma belezinha. Caprichados, bonitinhos. A letra está num tamanho bom para ler (isso era outra briga!)

O diagnóstico deve levar um tempo, ainda, mas ver que deu tudo certo e que ela está se desenvolvendo bem, que tudo, TUDO melhorou, que todas as decisões foram acertadas me dá um grande alívio.

Estou otimista e confiante. Tudo foi muito mais rápido e melhor do que eu poderia supor que seria. Muito antes do que eu imaginava este problema estará superado e novos desafios virão, com toda a certeza, porque a vida consiste em superar desafios.

Abraços,

Cláudia



Um comentário:

  1. Que bom sentir que as coisas estão melhorando, que as conquistas acontecem antes do tempo previsto. Feliz em ver mudanças com otimismo e bons resultados. Com certeza outros desafios virão mas, vocês irão superá-los também! Bj (Patricia Alecrim)

    ResponderExcluir

Já que você chegou até aqui, por favor deixe seu recadinho. Sua visita foi muito importante e seu recadinho nos deixa ainda mais feliz! :)